Para que as raízes e as asas cheguem juntas.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

À crase

Nos meus tempos de escola a crase era a denotação da junção de a e a, o artigo a (a moça, a calçada) e a preposição a (a querer, a saber). Algebricamente, a + a = à, (à casa, às moscas)!
A crase era, propriamente escrita, o acento invertido sobre o artigo a acoplado à preposição a, e somente aplicada nessa condição e também quanto a seus plurais. Era fácil!



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Might as well have a good time



There are windows on the water
Lighting up the silver strand
Shining on the sea
Shining on the sea
And the ocean's just a player
On an old piano
Who repeats one melody
Repeats one melody
I belong on the shore
Hustlin' nickels and dimes
'Cause it ain't long
Before it's gone
You might as well have a good time
Well the elbows of his jacket
Are blue and shiny
He's drunk and gone to seed
He's drunk and gone to seed
And he mumbles as he plays
The only song he knows
It's the only song he needs
The only song he needs
I belong on the shore
Hustlin' nickels and dimes
'Cause it ain't long
Before it's gone
You might as well have a good time
All his restless music
Don't mean a damn thing to me
The shallow or the deep
Said, the shallow or the deep
So if you're free this evening
We'll go out together
And party 'til we sleep
I said party 'til we sleep
I belong on the shore
Hustlin' nickels and dimes
'Cause it ain't long
Before it's gone
You might as well have a good time

You might as well have a good time

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fragmento de 'A Utopia'

'.......................................................................................................................................................
.......
 Para que serve a Utopia?”, perguntou o imbecil da plateia ao asno que no palco zurrava.
.
“Para sempre ficar no horizonte, como a lembrança de que não importa quanto você tente, jamais vai conseguir implantá-la, pois ela é uma estupidez que a cada vez que é implantada se autodestrói”, o asno, se não fosse asno, diria, mas como é asno não diz, pois asnos só sabem falar asneira..............
......................................................................................................................................................'
.
por Eduardo Bettega

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sem dó de fotografar



by Codespoti & Jünger

Reparo quantos aos créditos do filme: onde se lê Luiz Valore, leia-se Bento Prado & Luiz Valore.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um simples banho



A água benta que batizou
Contaminou o bebê 
A medicina e o seu doutor 
Nada puderam fazer 
O desespero se apoderou 
Do padre, do pai, da mãe 
Foi quando então alguém se lembrou 
De um feiticeiro de Ossãin 

Um simples banho de folhas fez 
O que não se esperava mais

Depois, depois muitos muitos anos depois 
Rapaz, aquele menino já então rapaz 
Se fez um rei entre os grandes babalaôs 
Dos tais, dos tais como já não se fazem mais

A água benta que ao bel prazer 
Se desmagnetizou 
Desconectada do seu poder 
Por um capricho do amor 
Amor condutor do élan vital 
Que o chinês chama de ch'i 
Que Dom Juan chama de nagual 
Que não circulava ali 
Ali na grã pia batismal 
O amor deixara de fluir

Talvez por mero defeito na ligação 
Sutil entre a essência e a representação 
Verbal que tem que fazer todo coração 
Mortal ao balbuciar sua oração

A água benta que o bom cristão
Contaminou sem querer
A fonte suja que o sacristão
Utilizou sem saber
A força neutra que move a mão
Do assassino o punhal
E o bisturi do cirurgião
O todo total do Tao
Lâmina quântica do querer
Que o feiticeiro sabe ler

Fractal, de olho na fresta da imensidão
Sinal, do mistério na cauda do pavão
Igual, ao mistério na juba do leão
Igual, ao mistério na presa do narval



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Convite: Os Bazartistas

Caros amigos.

Convido a todos para o evento artístico-cultural que estará acontecendo neste final de semana no Shopping Novo Batel. 




Ficaremos muito honrados com a presença de vocês!

Vejam mais detalhes em http://www.facebook.com/pages/Os-Bazartistas/151638111607765

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Últimas manchetes da crise na Grécia

'Zeus vende trono para multinacional coreana'


'Medusa faz bico na ala dos ofídios em zoológico local'


'Narciso vende espelhos para pagar dívida do cheque especial'


'Aquiles vai tratar calcanhar no SUS'


'Eros e Pan inauguram prostíbulo'


'Hércules suspende seus 12 trabalhos por falta de pagamento'


'Medusa transforma pessoas em pedra e vende na Cracolândia'


'O Minotauro está puxando carroça para ganhar a vida'


'Acrópole é vendida para inaugurar nova Igreja Universal do Reino de Zeus'


'Afrodite monta barraquinha de produtos artesanais'


'Eurozona rejeita Medusa como negociadora: ela tem minhocas na cabeça'


'Sócrates inaugura Cicuta's Bar'


'Dioniso vende seus vinhos na beira da estrada de Marathonas'


'Lula recomenda demissão de Zeus e indica Zéus Dirceu para o cargo'


'Hermes entrega currículo para trabalhar nos correios: garanto entrega rápida'


'Caronte anuncia que passará a aceitar o bilhete único'


'Afrodite aceita posar para a Playboy'


'Sem dinheiro pra pagar salários, Zeus libera as ninfas pra trabalharem na Eurozona'


'Ilha de Lesbos abre resort hétero'


'Para economizar energia, Diógenes apaga a lanterna'


'Oráculo de Delfos vaza números do orçamento e provoca pânico nas Bolsas'


'Vênus de Milo promete dar uma mãozinha a desempregados'


'Áries pego em flagrante desviando armamento para a milícia carioca'


'Sócrates, Aristóteles e Platão negam envolvimento na rebelião da USP: estamos na pindaíba, mas ainda não descemos a tal ponto'


'Caverna de Platão abriga milhares de sem teto'


E por aí vai! Thanks Ivã.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ora dinheiro...



The best things in life are free
But you can keep them for the birds and bees
Now give me money
That's what i want
That's what i want, yeah
That's what i want


You're lovin' gives me a thrill
But you're lovin' don't pay my bills
Now give me money
That's what i want
That's what i want, yeah
That's what i want

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Receita de cappuccino com cachaça e porra

O poder da porra


'Gosto de porra. Gosto muito. Gosto do gosto, do cheiro, da textura. 
Gosto do enorme poder que ela me dá.'
+


Until The Morning

Inavegação

Dos caminhos e descaminhos da solidão

I

A solidão
é um grito selvagem 
na infinita viagem 
de nossa expectação. 
Insulana e tirana 
fere-nos com o sílex de sua maldição. 
Ou dança às vezes crucial pavana 
tornando mais escura a nossa habitação. 
Ela vem de repente 
com seu olhar parado, de serpente. 
E nos põe em seus nichos 
a ensinar-nos, com longos cochichos, 
seu ofício final de penitente. 

II

A solidão
é bailarina imóvel em cima de um tablado. 
É o noivo enjeitado 
que volta sozinho, em meio à multidão. 
E semelha, às vezes, um velho trem parado. 
Ou um rosto no espelho, aprisionado, 
a ouvir, ao longe, o latido de um cão. 


III

Oh, a disciplina dos que vivem sós
e dos que voam às cegas, como os noitibós*! 
E todos os poemas nascem dessa fonte. 
Todos os nossos passos cruzarão sua ponte. 
E como não temos para quem gritar 
somos veleiros perdidos em seu mar. 

IV

Já fui mais sozinho
do que os retratos de velhos casarões 
onde se guarda, qual rubro vinho, 
a soma imperial das solidões. 
A solidão dos avós. 
A solidão dos rondós. 
A solidão da tia solteirona 
adormecendo aos poucos, na poltrona. 
Ou a solidão do negro acorrentado 
por haver olhado a moça, no rio, desnuda. 
A solidão graúda 
dos que envelhecem em paz e castidade. 
Ou planejam o amor, mas sem maldade, 
e são logo feridos e esquecidos. 

V

Ó solidão do desamor! 
Solidão do Cristo no Tabor! 
Solidão 
dos que perderam as chuvas e a sazão! 
E há um jogo de surpresas 
quais passos pelas devesas 
cheias de assombração. 
Mastigamos, contudo, esse amargo pão 
e há no corredor 
do mundo interior 
inexorável inavegação. 

VI

Alma sozinha e perdida, 
a solidão corre a toda a brida 
para nada. 
Mesmo assim, nasce a madrugada 
sobre as casas vazias 
e as penedias. 
E tudo, em nós, verão ou primavera, 
é uma vasta espera. 

VII

Ai, solidão: a morte no último vagão. 
Um longo e irrespondido olhar 
ou um entreparar 
de vento em nosso vão lamento. 
Ela em nós se debruça 
e soluça 
enquanto uma seresta se afasta 
qual canção azul e sempre casta 
que jamais esquecemos 
e em nós sofremos 
igual à lembrança da infância perdida. 
Ou da vida. 

VIII

Triste é o nosso sorrir.
Às vezes, chegar é o mesmo que partir. 
Somos uma longa viagem 
em que vamos perdendo rumo e paisagem. 
E no silêncio final dos caminhos 
estaremos sozinhos. 
Por isso, em minha alma indormida 
o sonho é como o apito de despedida 
de um navio tragado em rodopio. 

IX

Ônix da ausência
a solidão é a consciência 
do pélago nas almas mais sofridas. 
Chuva molhando o rosto dos suicidas 
é uma loba uivando sob o frio, 
ou o cinzento do estio. 
É o canto da araponga ao meio-dia. 
O sol da noite. A dor da poesia. 
O medo de alguém na multidão. 
Um ser a fugir da escuridão. 
E vem de Alba-Longa, talvez. Ou de Castela. 
Ou do sertão, na Cantiga do Vilela. 
Ou das longínquas ilhas 
além dos horizontes das Antilhas. 
Mas estando tão longe fica em nós tão perto 
que sentimos seu abismo abrir-se num deserto. 

X

Oh, a solidão dos espelhos
e do mugir dos bois na madrugada! 
Ó solidão — batentes de uma escada 
em que dormitam sete escaravelhos. 
E há uma flauta triste no final de tudo. 
Uma súplica em dor num espírito mudo. 
Ou o grito inesperado. O final da lida. 
O inalcançado amor. A alma já perdida 
de um bêbado num bar. Ou de alguém a buscar 
as cousas que deveriam estar e nunca estão. 
E um punhal invisível se ergue: a solidão. 
A solidão de Édipo e Narciso. 
A solidão que chega sem aviso 
ferindo os seios de luar da Amada. 
E treme na balada 
que em nós, qual soluço, sossegou. 
Ou é um grou 
voando ao solstício 
sobre a boca fatal de um precipício. 
E tudo parece o sono da verdade 
qual cavalo cego em meio à tempestade. 
Ainda assim, tentamos atravessar os nossos rios 
vendo, nas lanternas, o lento apagar-se dos últimos pavios.



Artur Eduardo Benevides



*Noitibó

[Zool.] - Ave da família dos Caprimulgídeos, comedora de
insetos, de hábitos noturnos e cujo bico é fendido até
abaixo do olho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

She's A Woman


My love don't give me presents.
I know that she's no peasant,
Only ever has to give me love forever and forever,
My love don't give no presents,
Turn me on when I get lonely,
People tell me that she's only foolin',
I know she isn't.
She don't give boys the eye,
She hates to see me cry,
She is happy just to hear me say that I will never leave her.
She don't give the boys an eye,
She will never make me jealous,
Gives me all her time as well as lovin',
Don't ask me why.
She's a woman who understands.
She's a woman who loves her man.

VT


Meu coração tem butiquins imundos,
Antros de ronda, vinte-e-um, purrinha,
Onde trêmulas mãos de vagabundos
Batucam samba-enredo na caixinha.

Perdigoto, cascata, tosse, escarro,
um choro soluçante que não pára,
piada suja, bofetão na cara
e essa vontade de soltar um barro...

Como os pobres otários da Central
já vomitei sem lenço e sonrisal
o P.F. de rabada com agrião...

Mais amarelo do que arroz-de-forno,
voltei pro lar, e em plena dor-de-corno
quebrei o vídeo da televisão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Em busca da pessoa humana, seja lá o que isso quer dizer

Poesia do Pessoa



Outras versões em Papo-de-Homem 
(yes, cut-and-past, meu caro jopz)

Deu Bode


O Bode e o Poço em Coisa Semanal

Pecado é Pecado


Um paulista, trabalhando pesado, suado, terno e gravata, vê um baiano deitado numa rede, na maior folga.

O paulista não resiste e diz:

-Você sabia que a preguiça é um dos sete pecados capitais?

E o baiano, (
quase) sem se mexer, responde:

- Óxente!!!! E a inveja é o quê?!


Thanks Ivã Avi pelo texto
Não resisti e roubei seu gato, Margot. Obrigado pela seguição!