Para que as raízes e as asas cheguem juntas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Bom dia, Luiz Inácio!

Não lhe chamo de Dr. porque isso você não o é; muito menos de presidente porque não tenho obrigação nenhuma de chamar de algum título um boa-vida, cachaceiro, ignorante, amoral, ladrão e desmemoriado .
Sabe Luiz, tal como você, também sou de origem humilde. Minha mãe lavou muita roupa e fez muito crochê para me criar. Depois, minhas irmãs cresceram e foram ser tecelãs numa indústria em Bauru ...

Estudamos em escola pública. Naquele tempo nem calçado tinha. Ganhava roupas
usadas e me sentia uma rainha. Com muito custo estudamos, Luiz Inácio!
Desde 5 anos eu já ajudava em casa para minhas irmãs trabalharem e minha mãe
também. Com 12 anos comecei a trabalhar fora, como doméstica, depois metalúrgica,
até que terminei meu colégio e ingressei numa Universidade Pública.

Luiz Inácio, nunca fiz cursinho, nunca fui incentivada, levantava às quatro e ia dormir uma da manhã; tomava vários ônibus. Caminhava muito, comia pouco, vivia para os estudos e, engraçado, nunca perdi um ano, nunca perdi uma aula e, Graças a Deus, em 1983 me formei em Medicina.
Me especializei, me casei e junto com meu marido luto para dar o melhor para
as minhas filhas.

Hoje sou preceptora em uma Universidade, ganho tão pouco que é uma vergonha ser médico nesse país... Depois que você quis brincar de presidente, as coisas pioraram ainda mais, mas o que se há de fazer.

Agora, vem cá: você é pobre e não teve condição de estudar? Não me engana com esse rosário... mas não mesmo...

Sua mãe era analfabeta? Empatamos; a minha também, eu ensinei a ela conforme
ia me alfabetizando até aparecer o Mobral - desculpinha esfarrapada essa sua heim?

Eu engoli você esses 4 anos, com suas gafes, seus roubos, (e como sei de coisas... conheço o Palocci)... e sempre fiquei na minha, quieta, porque é um direito seu...

Mas, hoje, ao ligar a televisão e ver você, hipocritamente, chamar a todos os brasileiros de burros e incompetentes, lamento. Mas foi a gota d'água! ...
Não julgue os outros por você... não me compare a sua laia ... Sou apolítica, mas sou brasileira, e em momento algum o senhor fez por merecer todo carinho que essa gente lhe dá.

Luiz Inácio, falar que o POVO BRASILEIRO NÃO TEVE INTELIGÊNCIA SUFICIENTE
PARA DECIDIR A ELEIÇÃO, creia, foi a pior frase que você poderia ter dito...
Posso até concordar que 48% não teve inteligência porque vive na ignorância,
na mesma que você julga que o povo brasileiro tem.

Eu só espero que essa sua frase, dita num sorriso de quem já tinha bebido todas... ecoe de Norte ao Sul do País e acorde esse povo que como eu lutou muito para chegar onde está... que como eu, não agüenta mais pagar impostos para o senhor e sua corja gastarem com sabe-se lá o que.

Foi mal Luiz Inácio... muito mal mesmo!

Uma brasileira.

DRA. MARISE VALÉRIA SANTOS-CRM 77.577-SP

4 comentários:

  1. Pois é seu Lula, me sinto como a Dra Marise, tendo que engolir com farinha toda a sua prepotência, arrogância e hipocrisia, fazendo de conta que somos todos incapazes de ver e de decidir o que precisa ser visto e decidido pra que esse nosso Brasil possa, um dia, tornar-se um país governado por gente que, realmente, esteja interessada no bem comum. Mas, confesso, ando meio cética... até porque foram 8 (e não 4) anos dessa prosa! Tempo suficiente pra anestesiar qualquer espirito revolucionário! Ironico não? Logo você que pregava a revolução...

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  2. Tem razão, brasileira cansada, foram 8 (e não 4) anos desse blá, blá, blá... sem contar os outros quinhentos e tantos! A paciência do povo brasileiro parece infinita...

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  3. Eu acho que não é paciência, é submissão, comodismo! Uma pena! Ainda bem que algumas pessoas começam a ousar dizer aquilo que pensam.Afinal, um governo somos nós que fazemos não é mesmo?

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  4. Não será por falta de dizer o que se pensa que não se fará. Ou será porque não haverá consenso sobre o que se diz? Lembre-se se Babel.

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