Meu Filho, não perca tempo com bobagens. Olhe uma coisa de cada vez. Não gaste mais que o necessário, e quando cansar, dê um tempo! Então escale uma montanha, ou nade na correnteza. Só acumule o suficiente, e descarte o impreciso. Procure mudar o enquadre e ajuste perfeitamente o foco.
Retome do começo, sem pressa nem abatimento. Não tema e nem queira!
Seja!
II
Meu Pai, que eu não me perca em miragens. Que eu olhe uma coisa de cada vez. Não dispenda senão o preciso, e possa parar e descansar. Que eu escale uma montanha, e nade na correnteza. Que eu acumule o bastante, e despreze o desnecessário. E saiba mudar o enquadre, e ajustar perfeitamente o foco.
Que eu retome do começo, sem pressa e sem medo. E nem desejo.
Palavras ao vento cabelos ao vento doces alentos desatentos desalentos de outros tempos telepaticamente empaticamente nesses tempos sem norte com porte com sorte com você sou forte
Desculpe coração Criatura da minha vida Desculpe chegar tarde E também muito cedo Desculpe estar triste Rir e chorar sozinho E por amar tanto E sentir tanto medo
Desculpe se puder Um coração transtornado Querendo encontrar Seu apego
Desculpe querer tanto E não querer tudo Desculpe tamanho Desassossego
Desculpe falar muito E não dizer nada Desculpe coração Eu ficar mudo
Desculpe a inquietude E também tanta mágoa E não querer ir embora Do seu aconchego
palavras correntes de todos os tempos palavras soltas e desgastadas palavras constantes do livro dos templos palavras escritas e não lembradas palavras difíceis a cada momento palavras roucas e engasgadas palavras fáceis e esquecidas palavras ocultas e reveladas ditas no acaso ao sabor do vento parece que dizem e dizem nada nem são palavras apenas miragens mero reflexo do pensamento outras palavras menos sensíveis levam com elas meu sentimento