Roberto Pinheiro Machado, curitibano, nasceu com uma bússola interna e desde a adolescência teve gostos e ambições heterodoxas. Com 15 anos já fotografava suas namoradas e outras cenas com uma percepção de enquadramento e luz pouco usuais em pessoas sem um estudo mais aprofundado da arte fotográfica. Quis ser fotógrafo profissional mas logo abandonou uma carreira que, com certeza, lhe teria trazido bons resultados tanto financeiros como artísticos (na época em que o talento era só o que contava). Decidiu, então, ser músico de Jazz. Branco, decidiu ser preto. Foi o primeiro giro de sua bússola. E foi estudar no Berklee College of Music em Boston, USA onde se graduou no ano de 1995 como saxofonista. Inquieto, a agulha apontou-lhe o oriente: foi parar em Tóquio como bolsista do Ministério de Educação do Japão onde cursou o programa de mestrado em “Música Tradicional Japonesa da Universidade de Belas Artes e Música de Tóquio”. Apresentou-se na capital japonesa com o seu Roberto Pinheiro Machado Quartet. A agulha de sua bússola girou e enviou-o desta vez para a Universidade de Salamanca na Espanha no ano de 2000. Três anos mais tarde doutorou-se com a tese “La estética Del absurdo em La literatura hispanoamericana: Juan Carlos Onetti, Julio Cortázar y José Donoso”. Depois de uma curta passagem pelo Brasil a bússola aponta novamente para os Estados Unidos: apresenta-se nas cidades de Washington e Seatle. Nesta lecionou literatura portuguesa durante quase dois anos. Novo giro da agulha e em 2006 encontra-se em Paris, França, como bolsista da famosa “École Normale Supérieure” (onde, entre outros, estudaram Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Raymond Aron). Continua apresentando-se como músico, grava CDs, publica artigos em revista internacionais sobre música, filosofia e literatura. Escreve também o seu primeiro livro “Kant et Nãgãrjuna – vers la fin de la philosophie comme herméneutique”. Depois de quase vinte anos de andanças, estudos, pesquisas, apresentações volta ao Brasil.
Conheci-o quando criança e depois de nos reencontrarmos tomei conhecimento de seus trabalhos e de seu imenso talento em tudo o que faz. Neste newsletter apresento algumas fotografias que o meu amigo Roberto tirou. E convido a todos os interessados em Jazz a irem ouvi-lo no Hermes Bar, Avenida Iguaçu, 2504 nos dias 11, 18 e 25 de Maio a partir das 21:30 horas onde se apresentará junto com Jefferson Sabbag nos teclados, José Boldrini no contrabaixo e Fernando Rivabem na bateria. Consumação artística de R$ 12,00 para homens e R$ 9,00 para mulheres. Para que ama o Jazz as apresentações são um prato cheio de sensibilidade e competência. Ao mesmo tempo estarei expondo algumas fotos do ensaio fotográfico que fiz com a modelo ganense Patience que veio dos Estados Unidos especialmente para fazer algumas fotos com o fim de ilustrar algumas peças gráficas – cartazes e capa de CD – do trabalho musical de Roberto Pinheiro Machado e seu conjunto.
Dico Kremer
Pude testemunhar a beleza da proposta e recomendo. O aconchego do local, a leitura sensível e acurada do fotógrafo, o primor e o deleite da música, a companhia de pessoas queridas... um passeio inesquecível pelo planeta daqueles que não se deixam abater pela suposta imnviabilidade dos sonhos. E tudo isto, convém lembrar, em plena segunda-feira! Parabéns!
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